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Corrida de Toiros em Lisboa (Campo Pequeno) |
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CRÓNICA DA ÚLTIMA CORRIDA DO GRUPO NO CAMPO PEQUENO 4 de Outubro de 2012 Senti-me muito honrado quando o Zé Maria Cortes me convidou para fazer a crónica da corrida do passado dia 4, em Lisboa. Não era uma corrida qualquer, mas sim aquela que foi escolhida pela empresa do Campo Pequeno para homenagear dois grandes forcados do nosso tempo: o Simão Comenda, do Grupo de Montemor e o Nuno Megre, do Grupo de Santarém. Como não podia deixar de ser, dada a relevância dos homenageados e seus respectivos grupos, a Corrida foi de Gala, à Antiga Portuguesa. Para as lides a cavalo, foram escolhidos seis dos jovens cavaleiros, que mais êxito alcançaram esta época: Filipe Gonçalves, João Ribeiro Telles Jr., Marcos Bastinhas, João Salgueiro Jr. e João Maria Branco. O curro de "Núncios", bem apresentado, a oscilar entre os 520 e os 590 quilos, completou o cartaz. Não obstante a "crise" - que insiste em não nos largar - a noite estava quente e serena e a praça, embora não lotada, estava composta e com um bom ambiente taurino. Depois das cortesias, em forma de cortejo evocativo das Touradas Reais do Séc. XVIII, que evoluiu bonito e rápido, com uma charanga bem afinada e um "Neto", que depois de entregar as chaves no Camarote Real, atravessou a arena a recuar na perfeição, de praça a praça, seguiu-se a tão falada e esperada homenagem. O Simão Comenda e o Nuno Megre, receberam com o público de pé, a justa homenagem, por tudo aquilo que foram no mundo dos toiros e das mãos dos actuais cabos, José Maria Cortes e Diogo Sepúlveda, presentes, alusivos às suas carreiras. Grande ovação e sem voltas (porque as pernas já não estão para isso...). Ao nosso grupo, nessa noite o mais novo, calhou na primeira parte, o segundo touro. O João Caldeira, bonito a citar como sempre, reuniu bem, mas num dado momento da viagem, saiu da cabeça, recuperando no entanto rapidamente, voltando a fechar-se, nunca tendo perdido a cara do toiro. Depois do intervalo, para o nosso segundo, 4º da ordem, saiu para a cara o António Vacas de Carvalho. Tem-se vindo a afirmar como um bom forcado e desta vez, não deixou os créditos por mãos alheias, e citando bem, mandando no touro, aguentando como diz a regra, recuando "à Grupo de Montemor" e reunindo na perfeição, aguentou a forte investida e depois de muito bem ajudado, fez à primeira tentativa, a pega perfeita. Para mim, não a mais espectacular, mas a melhor pega da noite. A responsabilidade de fechar a praça, coube ao João Pedro Tavares, um dos grandes forcados da actualidade e que não foi "peco", ao fechar-se, como só ele-sabe-como, com uma segura pega à 1ª. O Grupo esteve bem a ajudar. Os brindes, primeiro, aos respectivos antigos elementos homenageados e depois, de parte a parte com grande "fair play" nas "trocas de galhardetes" entre os dois grupos, foram bonitos de ver. Não comentando as lides a cavalo, por não ser esse o propósito, é importante referir, que pelo Grupo de Santarém, nossos mais antigos e directos rivais - com quem é sempre um prazer competir -, pegaram: a abrir praça, o cabo Diogo Sepúlveda, à 1ª tentativa; o João Brito, também à 1ª (pega espectacular) e o António Imaginário, à 3ª. Resta-me dar os parabéns, ao Simão Comenda e ao Nuno Megre, pelos grandes forcados que foram e ao Grupo de Montemor por mais esta brilhante actuação. Francisco Corrêa de Barros
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