Corrida nas Caldas da Rainha, 13 de Maio de 2012
Toiros Vaz Monteiro
Cavaleiros, Rui Salvador, Francisco Cortes e João Salgueiro da Costa.
Forcados Amadores de Montemor- o- Novo e Forcados Amadores das Caldas da Rainha
A corrida tinha todos os condimentos para que fosse um sucesso. Ver a única Ganadaria de casta Portuguesa, era um factor importante e primordial para que a praça estivesse cheia de aficionados Pensei que a afición estivesse em peso, mas de facto isso não aconteceu, e estava mesmo muito fraca de público, o que não deixa de ser triste e desanimador quer para os verdadeiros aficionados que foram, quer para o empresário. Mereciam todos Mais sorte.
Os Toiros estavam anunciados com pesos entre 490Kg e 520 Kg, talvez um pouco exagerado, com excepção do último toiro, mas todos com uma boa apresentação e com córneas e caras à Vaz Monteiro.
Não posso deixar de prestar aqui uma homenagem à ganadeira Rita Vaz Monteiro Leão Cabreira, por manter nos dias de hoje, e todos sabemos que as dificuldades infelizmente não devem faltar, a ganadaria portuguesa mais antiga e uma das mais antigas da Península Ibérica. Fundada em 1840 por José Vaz Monteiro e com antiguidade em 1843, esta ganadaria mantém até hoje a linha de toiros Portuguesa.!!!
Que tenha sucesso e se mantenha por muitos e mais anos. Porque de facto constitui um património genético e histórico-cultural do nosso País .
A expectativa em torno desta corrida era muito grande, e como disse o José Maria não tem havido muitos espectáculos.
O grupo está cheio de caras novas, muita juventude, muito bom ambiente e portanto no bom caminho para a continuação do sucesso que todos nós desejamos e queremos.
Vamos às pegas.
Há sempre um primeiro toiro em qualquer espectáculo, e nesta corrida não foi diferente, diferente era apenas o facto de há muito tempo o grupo não se “cruzar” com esta Casta Portuguesa (penso mesmo que foi a estreia para todos os elementos fardados) e como sabemos, muitas vezes vendo o primeiro toiro ser pegado tiram-se muitas das dúvidas que até ai persistiam.
Por este ou outro motivo o cabo escolheu o João Caldeira, um forcado experiente com saber e a classe que todos reconhecem, João foi decidido para o toiro, com vontade que este viesse de largo, mas isso não aconteceu. O forcado, vendo que o toiro se fechou um pouco em tábuas entrou nos terrenos dele e sempre com a classe que lhe é reconhecida sacou-o das tábuas, para uma reunião perfeita. O toiro ao sentir o forcado na cara e com a cabeça no ar ainda desfraldou alguns derrotes, que o forcado da cara e as boas ajudas dos restantes elementos do grupo, resolveram sem problemas consumando a pega ao primeiro intento.
Para o segundo toiro o eleito foi o João Cabral, outro nome de grande envergadura no seio do grupo e da forcadagem.
O toiro era um pouco mais composto, gordo e rematado e também mais bravo que o primeiro.
O João brindou ao nosso amigo António José Pina, outro nome grande da forcadagem e que estava, tal como o João Cabral, a jogar em casa.
Assim que pôs o barrete e mal começou a citar o toiro arrancou-se de imediato para o forcado, que com o seu saber e experiência o aguentou, recebeu e reuniu de forma irrepreensível, com o resto do grupo a dar ajudas prontas e eficientes, pelo que consumou uma pega de facto espectacular.
Para o nosso terceiro toiro, o cabo escolheu um elemento mais novo mas já com algumas provas dadas, o António Vacas de Carvalho que, apesar de mais novo, não se fez rogado e fez uma pega vistosa e muito boa tecnicamente, até porque o toiro parou a meio da investida e o António soube exactamente o que fazer: parar, aguentar e citar com categoria, obrigando o toiro a investir novamente e a ter uma boa reunião. O grupo ajudou coeso como sempre fez e assim ficou consumada a última pega do grupo, na tarde solarenga e quente nas Caldas da Rainha.
Os toiros cumpriram bastante bem, o pouco público que esteve presente saiu contente com o que viu e houve de facto muita bravura e toiros encastados que colaboraram bem com todos os três cavaleiros, que estiveram à altura dos seus oponentes.
O Grupo de Forcados da Caldas da Rainha pegou 2 toiros à 1ª tentativa e um à sua 2ª tentativa
Resta-me agradecer ao José Maria Cortes, por me ter convidado para escrever esta minha “crónica” das Caldas da Rainha, mesmo que só me tenha avisado que a tinha que escrever um pouco antes da última pega do grupo.
Mas tal como na vida, temos que estar preparados para tudo.
Grande abraço a todos, foi um prazer ter acompanhado de mais perto com todo o grupo.
E pelo grupo de Montemor, venha vinho, venha vinho, venha vinho. Bota abaixo!!!!!
Francisco Mira
Fique de seguida com a reportagem fotográfica de Francisco Romeiras:
João Caldeira


João Cabral
António Vacas de Carvalho