Na Amareleja, integrada nas festas da Santa Maria, realizou-se no dia 14 de Agosto a tradicional corrida de touros, este ano com o aliciante de o Grupo de Montemor pegar em solitário e, durante a corrida, ser homenageado o antigo forcado do grupo, Manuel Augusto Ramalho.
Achou por bem o Zé Maria, dado que o meu falecido marido era o homenageado, convidar-me para fazer a crónica da corrida. Ele achou por bem, é natural, mas eu achei por mal, já que, embora acompanhando o grupo com frequência e partilhando alegrias (muitas), tristezas (algumas, mas felizmente poucas) e angústias (muitas, sendo delas responsável o meu filho Manuel Maria também forcado no grupo de Montemor) não é percurso que seja suficiente para conceber uma crónica tauromáquica, outros dotes terão que haver além de, claro, a arte da escrita.
Perguntei a um meu cunhado, mais entendido nestas coisas do que eu, o que tinha achado da corrida. Disse-me:
- No dia seguinte à corrida perguntei a um ou outro na Amareleja como tinham visto o Grupo de Montemor. É curiosa esta observação: “Sabes, não gosto de bola onde uns são do Benfica e outros do Sporting e eu, como gosto de touradas, sou do Grupo de Montemor, desde que me conheço. No tempo em que os teus irmãos pegavam ia sempre ao São João a Évora, cheguei a ir ao Campo Pequeno e uma vez em Setúbal vi uma pega fantástica do Manel Augusto, parecia uma carraça nos cornos do toiro. E agora aqui na Amareleja, foi bonito de ver. Impecável do princípio ao fim. E quando abandonam a praça, como só eles fazem, até a gente se arrepia. Que palmas tão bem batidas!”
- Bem, é bonito mas para uma crónica poderá ser só o princípio. Disse-lhe eu e respondeu-me.
- Houve outro, este próximo do Grupo da Amareleja que me disse: “Pois é, parece simples e dá a impressão de que o que o Grupo de Montemor fez está ao alcance de qualquer um. Mas nós sabemos que isto só é possível se se estiver muito bem com os toiros, tal como o grupo esteve. Vê-se que cada um sabe bem o que tem que fazer, impressão que é transmitida logo no momento de saltar para a praça e pisar a arena, e termina com a consumação da pega, passando pela marcação correcta de todos os tempos, desde o cite, sem precipitações, o carregar, tourear e a reunião. O primeiro ajuda extremamente eficaz, o rabejador rapidíssimo entrando quase ao mesmo tempo do primeira ajuda, um conjunto perfeito. O Grupo de Montemor está uma máquina bem oleada. Felizmente para nós assistimos aqui na Amareleja a uma lição de pegar toiros.”
- Agora sim, já a crónica fica mais bonita e de facto, pelo que eu vi, a actuação do Grupo valeu sobretudo pelo conjunto e isso fica bem expresso no que me contaste.
Pegaram de caras:
- Pedro Barradas
- Manuel Maria Ramalho
- Francisco Borges
- Frederico Caldeira
- Noel Cardoso
Pegaram de Cernelha:
- João Maria Santos e Tiago Telles de Carvalho
Todas as pegas à primeira tentativa.
Os toiros eram Passanha e tourearam Rui Salvador, Brito Paes e Moura Caetano.
Quatro últimos apontamentos:
1º - O brinde simpático do António Maria Brito Paes ao meu filho Manuel Maria, homenageando o pai, Manuel Augusto Ramalho.
2º – A “enxurrada” de flores que durante a volta à arena o Manuel Maria recebeu dos primos, que quase desramaram um loureiro que têm no quintal.
3º – A homenagem simples mas comovente ao Manuel Augusto no intervalo da corrida. Gostei e sei que ele também gostou.
4º - Ao Francisco Borges quero agradecer o seu simpático brinde.
Para finalizar quero desejar ao GRUPO um final de temporada recheado de êxitos e a todos aqueles que se encontram lesionados uma rápida recuperação.
Maria da Conceição Ramalho
Videos das pegas:
1ª - Pedro Barradas:
http://www.youtube.com/user/GFAMontemor#p/u/37/jzyroCUERZg
2ª - Manuel Maria Ramalho:
http://www.youtube.com/watch?v=jcaYJqOsPV8
3ª - Francisco Borges:
http://www.youtube.com/watch?v=0YHXFOkKKXA
4ª - Frederico Caldeira:
http://www.youtube.com/user/GFAMontemor#p/u/34/k1HZDScyuB4
5ª - Noel Cardoso:
http://www.youtube.com/user/GFAMontemor#p/u/33/0DaxiWooMWo