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Corrida de Moura

Moura, 9 de Maio de 2009

Por volta das 10h da manhã, saímos em direcção a Moura, terra da minha Senhora e minha terra por afinidade desde há um ano a esta data, com o intuito de mais uma corrida pegar (eu assistir) do Grupo de Montemor.

O Cartel era de peso no que tocava aos cavaleiros, pois nele estava anunciada a presença do furacão Diego Ventura e ainda Rui Salvador e Francisco Palha. Os toiros estavam anunciados com mais de 550 kg, mas para mim e para a minha “apêndice”, o grande incentivo da corrida era sem dúvida o Grupo de Montemor, como de costume!

Em primeiro lugar quero, em nome de todos, agradecer ao Manuel dos Peros que tem sempre um carinho especial para com o Grupo e que, como não podia deixar de ser, teve a amabilidade de tudo tratar no que toca às acomodações do Grupo para a fardação, reservando dois quartos no belíssimo Hotel de Moura. O Grupo agradece ao Manuel que se disponibilizou desde logo para oferecer esta despesa ao Grupo.

Em segundo lugar e antes da tauromaquia, quero aqui pedir publicamente desculpas por não ter recebido os meus queridos amigos lá no Monte, mas como foi explicado na altura, eu e a Condessa tivemos alguns problemas com infiltrações, com térmitas e com ratos e não queríamos de maneira nenhuma receber os nossos queridos amigos nestas condições, deparando-os com tão triste cenário (tal não era o estado de caos, que o festim que tínhamos preparado com todo o amor e carinho, desapareceu em menos de 10 minutos. Sacanas dos bichos!). Estão desde já convidados, na próxima visita à nossa Terra, a fardarem-se nos nossos humildes 900 hectares.

No que toca à corrida, a meu ver, o triunfador foi o amigo Francisco “Margaça” Palha, e deu gosto ver a afición e entendimento que esta terra tem, qual não foi o meu espanto quando vi e ouvi os assobios ao “Furacão” que após levar um punhado de toques na sua quadra de cavalos, tentou emendar a mão e puxar da manga o seu cavalo mordedor Morante, numa tentativa quase desesperada de meter o público consigo, mas ao invés disso a levar nova e valente assobiadela.

Nas Pegas, no 1º toiro, o Zé Maria escolheu o forcado João Cabral, para a cara do animal. O João esteve bem como é seu costume a citar e a meter a praça consigo, não há dúvida que, nem ele sabe como, consegue calar a praça quando bate as primeiras palmas a um toiro. Ele mandou no toiro e recuou bem, tendo tido uma reunião perfeita como já nos vem habituando, mas por falta das ajudas essencialmente, mas também por uma certa “fraqueza” nos alicates já nas tábuas e com as ajudas no chão o João deixou-se cair pelo toiro abaixo. Já “acordados” e depois de mais uma reunião perfeita pelo João Cabral, as ajudas entraram a tempo e o Grupo conseguiu realizar uma bela pega à segunda tentativa, com uma boa primeira ajuda de Joaquim M. Correia.

Para o 3º da tarde foi chamado à praça o João Caldeira, esse forcado pequeno, com alma de gigante. O João desde a época passada tem vindo a reunir cada vez maiores atenções quanto à sua forma de pegar, e distingue-se da grande maioria dos forcados portugueses pelo seu saber e forma de estar em praça. É quanto a mim, uma figura maior dentro do Grupo, tendo em conta a sua pequenez (de tamanho). Para não variar o nosso Caldeirinha esteve impecável fazendo aquela que quanto a mim foi a pega da tarde em termos de perfeição técnica. Esteve bem no cite, na reunião e na pega em si, realizando a sorte à primeira tentativa, com uma boa 1ª ajuda do João Maria Santos e bem rematada por Francisco Godinho. Resta dizer que deixou a gataria ao rubro aquando da sua volta à praça!

O último toilo da talde pala o Glupo de Montemol, foi pegado pelo Noel “Chinês” Cardoso, outlo folcado que tem dado plovas de estal pala o que calhal no ceio do Glupo de Montemol. O Chinês a meu ver não compreendeu bem o toiro e perdeu duas oportunidades de o carregar, chegando-se perto demais dos seus terrenos. No momento da reunião empranchou-se e não se conseguiu fechar convenientemente o que fez com que fosse desfeitado da cara do toiro. Na segunda tentativa, o Noel esteve bem, emendou-se a citar e a receber o toiro e concretizou uma rija pega à segunda tentativa, com uma boa primeira ajuda do Hugo Melo.

Nesta corrida, o Zé Maria Cortes fardou pela primeira vez um novo elemento, o Pedro Barradas, que teve a sorte de se fardar pela primeira vez no Grupo de Montemor, na sua terra. Esperamos que o Borrega, como é conhecido nos venha a dar provas daquilo que foi mostrando ao longo dos treinos.

Como conclusão, quero agradecer uma vez mais a todo o Grupo e ao Cabo Zé Maria, pela forma como sempre me recebe e acolhe e dizer que apesar de não ter sido uma corrida à Grupo de Montemor, com os três pegados à primeira, esperamos ver daqui para a frente (e como disse o Zé Maria no excelente discurso no fim do jantar) uma época verdadeiramente à Grupo de Montemor.

Nota final: Rapaziada, mais atenção aos discursos, os jantares não são só coparia, são também importantes momentos em que se dão a conhecer uns aos outros, de forma mais seca e bruta ou de forma mais mole e sensível, mas que permitem fazer dum grupo de pessoas, pela partilha de experiências e opiniões, um verdadeiro grupo de amigos. É esta quanto a mim a importância dos jantares e à qual me habituei desde há 12 anos a esta data.

Queria também dar um forte abraço ao Tó Sá, ao Pietra, ao Mantas e ao Cogumelo, pois sei que são forcados com que o Zé Maria conta para mostrarem a alma dos verdadeiros homens.

10 de Maio de 2009
Tomás Pimenta da Gama
Conde de Moura.

Reportagem Fotográfica:
http://www.tauromania.pt/noticias_detail.php?typ=reportagens&aID=3499

http://www.solesombra.com/reportagem-fotográfica/moura-9-maio/

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