Depois de pegados os “monstruosos” Lampreias em Alcácer do Sal, o G.F.A.M. enfrentava mais sério desafio; pegar os terroríficos “Castros” em Évora.
A fardação realizou-se na quinta dos pais do elemento António Abelha, que nos receberam da melhor forma, como já vem sido hábito. Ao fim da tarde a rapaziada começou a chegar com a habitual boa disposição, que foi dando lugar à normal concentração pois o compromisso era de responsabilidade.
Depois de escolhidos os dezoito elementos que iriam enfrentar os “Castros”, e após a tradicional palestra na qual o cabo Guiga, frisou mais uma vez aspectos essenciais, que os elementos devem ter em conta quando se encontram dentro de praça e pisam a arena, dirigimo-nos para a praça de toiros desmontável situada no hipódromo de Évora.
O nosso primeiro toiro anunciado com o peso de 580 Kgs, (na minha apreciação tinha mais), saiu à praça a impor respeito quer ao cavaleiro quer à sua quadrilha. Foi um toiro que se deixou tourear, mas que nunca se empregou no cavalo. Quando chegou à pega continuava reservado e com força. Era necessário um forcado que marcasse bem os tempos da pega e consentisse ao máximo o oponente, para realizar uma sorte com sucesso. O escolhido foi o forcado Gonçalo Saúde, elemento já com alguns anos de grupo, e que mereceu a confiança do cabo.
Gonçalo Saúde, o popular “Tita” chamou o oponente de largo, porém não mandou no hastado como mandam as regras, o que originou que o mesmo ensarilhasse, e dificultasse a tarefa ao forcado que embora conseguisse “recompor” a investida do toiro, na altura de se fechar foi pouco lesto, daí que fosse volteado tendo de ir ao toiro uma segunda vez.
Na segunda tentativa o forcado mandou mais no toiro, reuniu a preceito e consumou uma difícil pega bem ajudado pelos seus companheiros com destaque para o primeira ajuda Hugo Melo.
Para o nosso segundo toiro da noite, estava reservado um dos momentos da corrida. O toiro saiu manso com arrancadas perigosas e inesperadas e como se diz na gíria a pedir meças.
Para a cara deste toiro foi escolhido o “poderoso” Rodrigo Pietra Torres, que após cite peculiar até pisar os terrenos do oponente que mirava muito, tem uma reunião emocionante e aguenta uma viagem dura com violentos derrotes até entrar pelos ajudas dentro, realizando assim a pega da noite.
Para terminar a nossa actuação, saiu à praça o toiro mais manso da corrida do qual se anteviam sérias dificuldades.
Noel Cardoso foi chamado para a pega deste toiro, mostrando que o cabo continua na senda de apostar em jovens valores.
Talvez acusando um pouco a responsabilidade, o forcado não esteve nos seus melhores dias, não saindo daí beliscada a sua garra e valentia. Na primeira tentativa o toiro tem uma arrancada de largo a todo o gás, na qual o forcado, qual Mozart Asiático, se adiantou bastante frustrando as hipóteses de uma reunião com efectividade.
Na segunda tentativa o toiro aprendeu, e embora o forcado continuasse a não estar bem no momento da reunião, o toiro mostrou toda a sua brusquidão atirando o forcado ao ar com bastante aparato com poucas hipóteses deste se fechar. Na terceira tentativa e já com os ajudas mais em cima, o jovem valoroso forcado conseguiu reunir com o toiro aguentando fortes derrotes com preciosas ajudas de António Corrêa de Sá e Hugo Melo. O toiro começou a defender-se bastante e com alguma inoperância de alguns elementos, conseguiu tirar a cabeça e desfeitiar o grupo mais uma vez.
Bastante combalido e com o público com ele, Noel Cardoso faz mais duas valentes tentativas contando sempre com a entrega e disponibilidade dos ajudas referidos anteriormente, realizando uma pega à quinta tentativa cheia de emoção que agradou aos espectadores.
A terminar a noite foi lidado mais um toiro para o amador Tiago Carreiras. Para a pega deste feita em conjunto com o Grupo de Évora, foi escolhido o forcado João Caldeira, que não teve problemas em resolver mais uma boa pega à primeira tentativa. Citou de largo, com presença mandou na investida e fechou-se para ficar. Aguentou um duro primeiro derrote até o grupo de ajudas fechar com coesão e vontade, tendo sido esta bem rematada pelo montemorense João Tavares. No que diz respeito aos rapazes do Grupo de Évora também não tiveram uma noite fácil, realizando pegas à 4ª, 1ª e 4ª tentativa respectivamente.
Até ao Campo Pequeno, espero já poder actuar e passar a tarefa de espectador com opinião a outro. Manuel Mata
10/7/2006
Fotografias: Rodrigo Tendeiro

O Grupo nas cortesias

Gonçalo saúde citou o maior toiro da noite

À segunda tentativa encerrou uma boa pega

Rodrigo Pietra Torres pegou o segundo dos montemorenses

Só nos terrenos do adversário conseguiu provocar a investida

À primeira tentativa executou a melhor pega da noite

O Grupo com Hugo Melo a liderar esteve coeso a ajudar

A sorte finalizada

Mendes, Cortes e Manzarra descansaram desta vez

Noel Cardoso só a quinta consumou a pega

As boas ajudas de António Corrêa de Sá e Hugo Melo

João Caldeira pegou o último toiro da noite

Bem rematada por João Tavares